Aos poucos o tempo passa. Por vezes
correndo, por vezes se arrastando. Mas passa. E com ele chega uma gigantesca
leva de sentimentos, palavras, vontades, verdades e mentiras, sinceridades e
afins. Um turbilhão de ações que caem sobre nossas cabeças, como as águas das
cachoeiras escorrem sobre nossos corpos. Agradáveis e refrescantes. Pesadas e
desgastantes. Não interessa se lhe fará bem ou mal. O tempo irá se encarregar
de derramar tudo sobre você. E quando ele o fizer, aceite. Não recue. Não
chore. Não fuja. Aceitar que o tempo passa é um dom. Mas perceber que ele
passou, assusta. O tempo trás responsabilidades e te faz criar asas. Perceber
que falta pouco pra sair de baixo das asas da coruja mãe, ah, isso te fazer
refletir. É normal ficar pensando se tuas asas vão aguentar teu peso. É normal
pensar se teu voo vai ser bonito. Ou um desastre total. A insegurança é quem
toma conta e lidera tudo. Mas acredite: uma hora ela se vai. Sair do ninho é complicado.
Confesso que não quero sair do meu. Porém, uma
hora todos nós teremos que partir. Criar asas. Voar alto. Projetar nossos
próprios ninhos. Ser coruja mãe, e coruja pai. Ter debaixo de nossas asas
pequenas corujas que um dia criarão asas. Voarão. Terão seus ninhos. Seguirão o
ciclo da vida.
E o tempo, continuará passando. Por
vezes correndo, por vezes se arrastando. E trazendo, novamente, mais e mais
sentimentos.
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